Sobre Agatha Christie e músicas populares

Saio do trabalho,  caminho até o metrô, me despeço das amigas e vou andando em direção ao meu vagão.  Quando entro a música ja tomava conta do ambiente cheio, todos cantavam alegres, era um daqueles grupos de músicos de rua se apresentando no vagão. Uma roda de samba animada com direito a bis e cantoria generalizada. Canto junto e quando um dos músicos passa o chapéu,  deixo uns trocados em retribuição a felicidade proporcionada, eles descem.
Na estação seguinte entra um senhorzinho com idade para ser meu avô vendendo livros da Agatha Christie. Meu coração se aperta e compro um livro pela bagatela de oito reais, mais para tentar fazer algo por ele do que pelo livro em si, que na verdade até me interessava bem. Mais uma estação. Na próxima inacreditávelmente entram meninas com grandes saias rodadas e cavaquinhos animados tocando Sebastiana, "E gritava A-E-I-O-U-Ypsilone", e outra vez o vagão é tomado por palmas e cantorias, não teve quem não cantasse junto, a melodia tão conhecida por todos, presente na memória afetiva de um povo.
Parece que as vezes o acaso nos proporciona presentes simples que enchem nossos corações de alegria, desço na minha estação com os bolsos vazios e a alma cheia de amor.






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