Resenha "O Ano Em Que Trafiquei Mulheres" - Editora Planeta

Antônio Salas é o pseudônimo de um jornalista investigativo Espanhol que sempre aborda temas sociais polêmicos, seus outros livros são: "Diário de um Skinhead", onde se infiltrou entre neo nazistas espanhóis, e " O Palestino" onde aprendeu árabe e se infiltrou numa rede de terrorismo.
Em "O Ano Em Que Trafiquei Mulheres" ele fala de todo mercado de prostituição espanhol, o grande esquema internacional, que migra para países Europeus meninas e mulheres de países como Serra Leoa, Brasil, Argentina, Colômbia e Nigéria. Um mercado que movimenta milhares de dólares por ano. 
Se passando por dono de Bordéis em Valência, ele entra em contato com negociantes, traficantes, donos de outros bordéis e pessoas de todas as etapas que envolvem o esquema. Durante um ano, submerso nesse mundo, ele vê de prostitutas de luxo, à meninas escravizadas, vivendo em condições desumanas.
É um daqueles livros que é um verdadeiro tapa na cara, falando abertamente de um tema tão difícil e terrível. Muito forte, abre a cabeça para a condição da mulher no mundo. Tratada como mercadoria, descartada quando não é considerada mais boa moeda de troca, escravizada, não é dona de seu próprio corpo nem do próprio destino; daquelas histórias reais que dói o estômago ao ler, e causa um enorme desespero por saber que nesse momento milhares de mulheres vivem nessa situação, não há como não se colocar no lugar delas.
O autor durante o tempo em que se passou por dono de Bordel, teve acesso as transações de compra das prostitutas, totalmente negociadas como propriedade, escravas sexuais. Nos contratos ele teria direito de plenos poderes sobre elas, de prostituição, revenda, até autorização de matá-las. Uma história cruel e real sobre a prostituição em nosso mundo, hoje.
Sem esconder nenhum detalhe, revela toda podridão por trás do mercado do sexo e que mesmo as "privilegiadas", prostitutas de luxo, são meras mercadorias do esquema.
Sentimento de importância, pena, dor, nojo,  são algumas das sensações que esse livro pode provocar, mas mesmo assim ele deveria ser leitura obrigatória. Assustador e infelizmente uma história verídica, mostra até onde a cruelmente humana pode chegar. 

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