Texto Autoral - Caminho, sonhos, sou

Por vezes ando por ai sem rumo como se o tempo não importasse, ando para que a vida possa continuar a seguir e para saber que posso ir para onde desejar, sigo o caminho que meus pés escolherem e sei que me levarão ao melhor lugar; conto com a sorte como se pudesse ter a certeza que ela me salvará das desventuras que poderiam me acontecer; levo apenas minhas vontades, meus sonhos e uma sensação que não tem nome, como se tudo ao meu redor estivesse programado para receber minha chegada ao longo desse caminho que não sei até onde vai. 
O tempo vai passando e posso perceber o quanto ele é bom comigo, vejo que construo a cada hora um pequeno pedaço de céu, cada passo, cada manhã rotineira, posso dizer que consigo mergulhar mais profundamente em minha alma e tentar conhecer-me melhor, vou trilhando meu caminho, por vezes aos tropeços, dando voltas desnecessárias; mas acabo sempre voltando para o eixo principal do qual a sorte me guia; acho que a certeza que tenho que tudo acontecerá como quero é que faz realmente acontecer, atraio para mim cada desejo que minha alma clama desesperadamente. 
Os gritos latentes do meu coração são ouvidos pelo universo que se rende a minha verdade e me guia pela estrada sem fim. Vou seguindo e quando vejo estou mais longe num tempo tão menor do que achei que realmente conseguiria; não confio tanto assim em mim, acho sempre que não tenho a capacidade necessária para alcançar, mas quando vejo o caminho percorrido com êxito surpreendo-me e finjo ter sempre acreditado no meu ser.
Me enganando propositalmente, sussurrando mentiras e devaneios que aos olhos dos outros até poderia parecer aceitáveis, mas para mim que leio esta mesma história todos os dias não.
Corro e corro e cobro-me incessantemente como se o mundo fosse acabar no próximo piscar de olhos; comparo-me a mim mesma e frusto-me por vezes, como se houvesse a chance me igualar à naturezas estranhas a minha. 
Sofro de timidez crônica, e de um quer tudo a toda hora que me faz abraçar e querer o saber. Rasgo as certezas e questiono a todo momento sobre tudo e para todos, creio em verdades absolutas e as jogo fora sempre que me convém. 
É sou totalmente ao avesso, um incomum presumido e mistura de erros e acertos, sou de um jeito que por vezes não me agrada, mas outros sou tão eu que convenço-me que vale a pena continuar como sou.
Juliana Meneses

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